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Alergia alimentar

A alergia alimentar pode ser definida como uma reação adversa a um antígeno alimentar mediada por mecanismos imunológicos. É um problema nutricional que apresentou um crescimento nas ultimas décadas, provavelmente devido à maior exposição da população a um número maior de alérgenos alimentares disponíveis.

Se considermos a quantidade de alimentos que o sistema gastrointestinal de um indivíduo recebe durante a vida, não é surpreendente, sob certas circunstâncias, que este material estranho possa produzir uma reação adversa e/ou servir como veículo para agentes nocivos.

Em condições normais, a reação alérgica a alimentos é evitada, pois o trato gastrointestinal e o sistema imunológico fornecem uma barreira que impede a absorção da maioria dos antígenos. Já em sucessivas exposições por via digestiva, produziram sintomas freqüentemente sistêmicos.

Não se sabe perfeitamente por que algumas substâncias são alergênicas e outras não, nem por que nem todos os indivíduos desenvolvem uma reação alérgica após exporem-se aos alérgenos. A predisposição genética, a potência antigênica de alguns alimentos e alterações a nível do intestino parecem ter importante papel. Estudos indicam que de 50 a 70% dos pacientes com alergia alimentar possuem história familiar de alergia. Caso o pai e a mãe apresentem alergia, a probabilidade de terem filhos alérgicos é de 75%.

Vamos então às dúvidas mais comuns sobre o assunto...

O que é reação adversa a alimentos?  
É qualquer reação indesejável que ocorre após ingestão de alimentos ou aditivos alimentares. Estas podem ser classificadas em reações tóxicas e não-tóxicas. As reações não-tóxicas podem ser de intolerância ou hipersensibilidade. Exemplo de reação não-alérgica são as reações por ingestão de alimentos contaminados por microorganismos. Estas se apresentam agudamente com febre, vômitos, diarréia e geralmente acometem várias pessoas que ingeriram os alimentos contaminados.    

Quais os alimentos mais comuns responsáveis pelas alergias?
Os alérgenos alimentares mais comuns responsáveis por até 90% de todas as reações alérgicas são as proteínas do leite de vaca, ovo, amendoim, trigo, soja, peixe, frutos do mar e nozes. Dietas modernas que incluem alimentos exóticos e uma grande variedade de frutas e vegetais tem causado aumento de reações alérgicas a certas frutas, como kiwi e papaia, e a grãos, como gergelim, mostarda e canola.

Os alimentos podem provocar reações cruzadas, ou seja, alimentos diferentes podem induzir respostas alérgicas semelhantes no mesmo individuo. O paciente alérgico ao camarão pode não tolerar outros crustáceos. Da mesma forma, pacientes alérgicos ao amendoim podem também apresentar reação ao ingerir a soja, ervilha ou outros feijões.

A intolerância à lactose é uma reação alérgica?
A intolerância à lactose é uma desordem metabólica onde a ausência da enzima lactase no intestino determina uma incapacidade na digestão de lactose (açúcar do leite) que pode resultar em sintomas intestinais como distensão abdominal e diarréia. Esta intolerância geralmente é dose dependente e o indivíduo pode tolerar pequenos volumes de leite por dia ou se beneficiar dos leites industrializados com baixos teores de lactose. 

Portanto, a intolerância à lactose não é uma alergia alimentar apesar de frequentemente confundida pelos familiares e profissionais de saúde. Torna-se importante esta diferenciação, pois a orientação nutricional é distinta. Enquanto na intolerância à lactose eventualmente é possível ingerir pequenas quantidades de leite, na alergia às proteínas do leite, a alimentação não deve conter leite ou derivados.  

E quanto aos corantes e aditivos alimentares? 
As reações adversas aos conservantes, corantes e aditivos alimentares são raras, mas não devem ser menosprezadas. O corante artificial tartrazina (FD&C amarelo#5), sulfitos e glutamato monossódico são relatados como causadores de reações. A tartrazina pode ser encontrada nos sucos artificiais, gelatinas e balas coloridas enquanto o glutamato monossódico pode estar presente nos alimentos salgados como temperos (caldos de carne ou galinha). Os sulfitos são usados como conservantes em alimentos (frutas desidratadas, vinhos, sucos industrializados) e medicamentos e tem sido relacionados a crises de asma em indivíduos sensíveis.   

Qual o tratamento?
Até o momento, não existe um medicamento específico para prevenir a alergia alimentar. Uma vez diagnosticada, são utilizados medicamentos específicos para o tratamento dos sintomas (crise). Deve ser feita a substituição do alimento excluído, evitando-se deficiências nutricionais ou até quadros de desnutrição importante principalmente nas crianças. O paciente deve estar sempre atento, e verificar o rótulo dos alimentos industrializados buscando identificar nomes relacionados ao alimento que lhe desencadeou a alergia.