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Posicionamento oficial da ABRAN sobre a retirada do glúten da dieta de pessoas sadias para fins de emagrecimento



Cereais são parte fundamental da alimentação do ser humano, sendo fonte importante de energia, proteínas, lipídeos, vitaminas, minerais e fibras. Dentre eles, três podem ser destacados, trigo, centeio e cevada, por possuírem um tipo especial de substância denominada glúten. Trata-se de um complexo proteico insolúvel formado especialmente na fase de hidratação das proteínas do cereal (gliadinas e gluteninas), necessária à obtenção das massas e de outras preparações culinárias.
Existem situações já bastante estudadas em que se deve orientar o paciente a retirar o glúten da alimentação. Dessas, a mais conhecida é a doença celíaca, quadro em que a mucosa intestinal sofre importante processo inflamatório quando exposta a essa proteína. Existem também os processos de sensibilidade ao glúten não celíaca e alergia ao trigo que também se beneficiam da exclusão desse complexo proteico.
Recentemente, em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, tem-se disseminado a ideia de que dietas sem glúten podem ser usadas para fins de emagrecimento. À parte de evidências científicas para essa prática, que não existem, é possível que a origem seja o fato de que, ao se retirar da alimentação os alimentos à base dos cereais que contém glúten (principalmente o trigo, que é muito utilizado no preparo de vários alimentos altamente prevalentes na alimentação habitual), a ingestão energética total seja reduzida.
Entretanto, é sabido que o planejamento alimentar para o paciente que precisa emagrecer não deve, em geral, conter restrições alimentares genéricas, mas sim ser individualmente planejado, respeitando-se aspectos pessoais, sociais e culturais. A eliminação pura e simples do glúten pode levar a prejuízo à saúde. E nesse caso em particular, a ausência de estudos comprovando a eficácia dessa prática, contraindica seu uso.
Sendo assim, a Associação Brasileira de Nutrologia posiciona-se CONTRÁRIA à utilização de dietas isentas de glúten para fins de emagrecimento e orienta a que a exclusão do glúten da alimentação seja realizada somente para os pacientes com enfermidades que justifiquem essa prática como forma de tratamento.

Para mais, acesse www.abran.org.br