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Óleos vegetais e gorduras animais (parte 1): a polêmica do óleo de canola

Polêmica nos últimos dias, vamos falar um pouco dos óleos vegetais e gorduras animais e esclarecer todas as dúvidas de uma vez por todas.

Os óleos vegetais e gorduras animais mais encontrados no mercado são: soja, canola, milho, girassol, coco, azeite, manteiga, manteiga ghee, margarina e banha de porco. Nesse post falaremos um pouco sobre os óleos vegetais. No próximo, abordaremos as gorduras animais.

Óleos de soja, milho e girassol:

Girassol: predominam gorduras monoinsaturadas (57%).

Soja e milho: predominam ácidos graxos poliinsaturados (ômega 3 e 6). Cerca de 55%.

Benefícios: proteção cardiovascular, principalmente devido aos ômegas.

Todos tem baixa estabilidade, ou seja, perdem as propriedades se usados em alta temperatura. Por isso, não podem ser reutilizados.
Soja - R$ 3 a embalagem de 900 ml

Milho e girassol  – R$ 5 a embalagem de 900 ml.

Óleo de canola (ou óleo canola):

É uma mistura de ácidos mono (ômega 9 - 63%) e poliinsaturados (ômegas 3 e 6 - 28%). 

Possui maior proporção dos ômegas do que os óleos de soja, milho e girassol, sendo considerado uma boa fonte desses nutrientes.

Benefícios: proteção cardiovascular, principalmente devido aos ômegas.

Só perde para o óleo de linhaça em teor de ômega 3. Estável a altas temperaturas, e por isso pode ser reutilizado.

R$ 6 a embalagem de 900 ml.

Azeite:

É uma excelente fonte de compostos fenólicos como as lignanas e fitosteróis, além de possuir altas concentrações de ácido oléico (ômega 9, monoinsaturado). Os compostos fenólicos são absorvidos pelo organismo de forma preferencial ao colesterol, bloqueando sua absorção.

EXTRAVIRGEM: acidez até 0,8%, extração a frio, prensagem no máximo 24 horas após colheita. Melhor escolha: até 0,5%.
VIRGEM: acidez entre 0,8 a 2%.

Quanto menor o refinamento, mais o óleo retém suas propriedades. Para azeites, o termo “acidez” não se refere ao pH, mas sim à quantidade de ácidos graxos livres. Deste modo, quanto menor a acidez, menor a susceptibilidade à oxidação e melhor a qualidade. 

O azeite extravirgem é superior aos demais por ter menor acidez e maiores quantidades de compostos fenólicos, que são responsáveis por grande parte de sua ação funcional, gerando assim maiores benefícios à saúde. Ele não resiste a altas temperaturas, perdendo assim suas propriedades. Já no caso do azeite virgem, ele resiste até 180 graus, conservando seus benefícios.

Dentre as propriedades atribuídas ao azeite de oliva estão a ação antioxidante e hipotensora (diminuição da pressão arterial devido aos compostos fenólicos) e alterações favoráveis no perfil lipídico, reduzindo o risco de doenças cardiovasculares. 
R$ 18 o vidro de 500 ml.

Óleo de coco:

90% composto de gordura saturada. Rico em ácido láurico, que protege o organismo contra doenças e fortalece o sistema imune. Também tem poder antiinflamatório.

Possui AGCM, que não participam do ciclo de colesterol e não são estocados em depósitos de gorduras. Tais características fazem com que óleos tropicais, como o óleo de coco, sejam indicados para tratamento das dislipidemias em substituição a outros óleos vegetais. Por essa razão também seria indicado em tratamentos para perda de peso, mas os estudos comprovando sua eficácia ainda são escassos.

Melhores escolhas: óleo virgem ou extra-virgem, prensado a frio e orgânico (conserva melhor as propriedades). Resiste a altas temperaturas.

Excelente para hidratar o cabelo.

R$ 50 o pote de 500 g.

Agora vamos a grande polêmica da última semana....

Óleo de canola faz mal à saúde?

É feito a partir de uma planta transgênica, a colza. Tem o nome “canola” porque a planta é originária do Canadá. Também conhecido como Canadian Oil Low Acid, ou seja, “óleo canadense com baixo teor de ácido”. Esse ácido é o erúcico, responsável pela toxidade (mesmo em baixas doses). A maior utilização do óleo de colza é na fabricação de combustível.

Estudos indicam que a colza induz a sintomas alérgicos e respiratórios causando alergia, febre, conjuntivite e asma em jovens e idosos asmáticos e naqueles com o sistema imune enfraquecido em função de uma doença ou uso de medicamentos. Também está associado com lesões fibróticas no coração, deficiência de vitamina E e diminuição na contagem de plaquetas.

Além disso, a maior parte do ômega 3 do óleo de canola é transformado em gorduras trans durante o processo de desodorização (última etapa do refinamento e remoção de odores), perdendo assim todo seu valor nutricional.

Posição do CFN em agosto/15: moderação.

Pesquisas continuam a provar que a gordura saturada é necessária e altamente protetora, assim, o óleo de canola não é a (mais!) a melhor opção para consumo.

Esse post termina aqui. No próximo falaremos sobre as gorduras animais e sobre a polêmica manteiga x margarina. Aguardem!